Conjuntivite: tipos, sintomas, causas e tratamentos

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos (esclera) e o interior das pálpebras.

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos (esclera) e o interior das pálpebras.

O que causa a conjuntivite?

As causas podem ser agrupadas em três principais categorias:

  • Infecciosas: causadas por vírus ou bactérias. São contagiosas.
  • Alérgicas: provocadas por reação de hipersensibilidade a alérgenos ambientais. Não são contagiosas.
  • Irritativas ou tóxicas: causadas por substâncias químicas, fumaça, poluição, cloro ou uso inadequado de cosméticos.

Quais são os principais tipos de conjuntivite?

  1. Conjuntivite Infecciosa Viral

A conjuntivite viral pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com infecções respiratórias, como gripes e resfriados.

O adenovírus é o agente mais comum associado a essa condição, sendo responsável por mais de 90% dos casos. Este vírus pode causar desde formas leves e autolimitadas, até quadros mais graves, como a ceratoconjuntivite epidêmica, que pode afetar temporariamente a visão devido ao acometimento da córnea.

Além do adenovírus, outros vírus também podem ser responsáveis pela conjuntivite, com apresentações clínicas variadas:

  • Herpes simples (HSV): causa lesões palpebrais e pode afetar a córnea, resultando em ceratite herpética.
  • Varicela-zóster (VZV): associado ao herpes-zóster oftálmico, podendo levar a complicações oculares graves.
  • Enterovírus 70 e Coxsackie A24: estão ligados à conjuntivite hemorrágica aguda, uma forma mais intensa da doença.
  • Poxvírus (molluscum contagiosum, vaccinia): frequentemente causa conjuntivite crônica, especialmente em crianças.
  • Coronavírus (SARS-CoV-2): pode provocar conjuntivite associada à COVID-19.

Sintomas:

Os sintomas da conjuntivite viral podem variar, mas geralmente incluem:

  • Vermelhidão ocular e lacrimejamento excessivo.
  • Sensação de areia nos olhos e dor leve.
  • Secreção serosa ou mucosa clara, frequentemente associada à sensação de desconforto.
  • Fotofobia (sensibilidade à luz)
  • Linfonodomegalia pré-auricular (aumento dos gânglios linfáticos próximos às orelhas).
  • Inchaço nas pálpebras.

Duração:

A duração da conjuntivite viral pode variar entre 7 a 14 dias, com os sintomas geralmente diminuindo gradualmente.

Contudo, em alguns casos, pode haver complicações, como a formação de pseudomembranas e infiltrados subepiteliais na córnea, que são manifestações inflamatórias mais graves, podendo comprometer a visão temporariamente.

Contágio:

A conjuntivite viral é altamente contagiosa e pode ser transmitida facilmente por contato direto com as secreções oculares ou por meio de objetos contaminados, como toalhas, fronhas e maquiagens.

Por isso, é fundamental adotar medidas de higiene rigorosas para evitar a propagação da infecção.

Tratamento:

O tratamento da conjuntivite viral é, em grande parte, de suporte, e pode incluir:

  • Colírios lubrificantes para aliviar a irritação e hidratar os olhos.
  • Compressas frias para reduzir o desconforto ocular.
  • Antiinflamatórios tópicos em alguns casos, sempre sob orientação médica.

Prevenção:

  • Lave as mãos com frequência;
  • Evite coçar os olhos;
  • Não compartilhe maquiagem, toalhas ou colírios;
  • Troque as fronhas e toalhas com regularidade.

É importante destacar que antibióticos não são eficazes no tratamento de conjuntivites virais, a não ser que haja uma infecção bacteriana secundária.

  1. Conjuntivite Infecciosa Bacteriana

A conjuntivite bacteriana ocorre quando bactérias causam infecção na conjuntiva, levando a uma inflamação. A secreção ocular é geralmente mais espessa e amarelada.

As principais bactérias responsáveis por essa forma de conjuntivite incluem:

  • Staphylococcus aureus: uma das mais comuns, especialmente em infecções secundárias.
  • Streptococcus pneumoniae: também frequente, especialmente em infecções do trato respiratório superior.
  • Haemophilus influenzae: frequentemente associada a conjuntivite em crianças.

Sintomas:

  • Vermelhidão ocular intensa;
  • Secreção purulenta (amarelada ou esverdeada);
  • Inchaço nas pálpebras;
  • Sensação de corpo estranho nos olhos;
  • Coceira ou ardência;
  • Pode haver comprometimento de um ou ambos os olhos.

Duração típica: pode durar de 7 a 10 dias com tratamento adequado, embora os sintomas possam melhorar mais rapidamente com o uso de antibióticos.

Transmissão: é transmitida pelo contato direto (mãos contaminadas) com secreções oculares infectadas ou objetos contaminados, como toalhas ou maquiagem.

Prevenção:

  • Lave as mãos com frequência;
  • Evite coçar os olhos;
  • Não compartilhe maquiagem, toalhas ou colírios;
  • Troque as fronhas e toalhas com regularidade.

Tratamento:

  • O tratamento é feito com antibióticos tópicos;

É importante seguir as orientações médicas quanto ao tempo de uso e a higiene ocular rigorosa, para evitar complicações e reduzir o contágio.

  1. Conjuntivite Alérgica

A conjuntivite alérgica é uma reação do sistema imunológico a substâncias que causam alergia, como pólen, poeira, pelos de animais, produtos cosméticos, ou medicamentos.

Ela não é contagiosa, mas pode ser bastante incômoda e recorrente, especialmente em pessoas com histórico de rinites alérgicas ou outras condições alérgicas.

Sintomas típicos:

  • Vermelhidão e inchaço das pálpebras;
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Coceira intensa;
  • Sensação de areia nos olhos;
  • Pode ocorrer secreção aquosa (sem pus);
  • Aumento da produção de muco ocular;
  • Sensibilidade à luz em casos mais intensos.

Duração típica: os episódios de conjuntivite alérgica podem durar desde alguns dias até semanas, com picos de sintomas nos períodos de maior exposição ao alérgeno (por exemplo, no inverno, durante a primavera, quando o pólen está mais presente, ou no contato com animais de estimação).

Transmissão: como não é causada por infecção, a conjuntivite alérgica não é contagiosa.

Tratamento:

  • O tratamento é baseado em antialérgicos, como colírios com anti-histamínicos ou corticoides tópicos (sob orientação médica) para aliviar a inflamação e coceira;
  • Em alguns casos, é necessário o uso de colírios imunomoduladores;
  • Prevenção é essencial, o que inclui evitar a exposição ao alérgeno (como pólen, pelos de animais e poeira).

Prevenção:

  • Mantenha o ambiente limpo e ventilado;
  • Evite exposição prolongada a alérgenos e poluentes.
  • Troque as fronhas e toalhas com regularidade;
  • Troque o travesseiro a cada 2 anos;
  • Utilize capas anti-ácaro para colchão e travesseiro.

Complicações: a conjuntivite alérgica pode se tornar crônica se não tratada corretamente, podendo causar lesões na córnea ou até diminuir a qualidade da visão. Em casos graves, pode levar a danos permanentes.

  1. Conjuntivite tóxica ou Irritativa

Esse tipo de conjuntivite é causada pela exposição a substâncias irritantes, como:

  • Cloramina presente nas piscinas;
  • Protetor solar;
  • Produtos químicos de limpeza;
  • Cosméticos vencidos ou mal removidos;
  • Colírios com conservantes irritantes.

Os sintomas incluem:

  • Ardência;
  • Vermelhidão difusa;
  • Lacrimejamento reflexo;
  • Sensação de corpo estranho;
  • Inchaço leve das pálpebras.

O tratamento é baseado em lavagem dos olhos, retirada do agente causador e uso de colírios lubrificantes sem conservantes.

Prevenção:

  • Use óculos de proteção ao usar substâncias químicas;
  • Use óculos de natação;
  • Lave as mãos após aplicar o protetor solar;
  • Não utilize maquiagem vencida.

Se necessário, o oftalmologista pode prescrever anti-inflamatórios leves. Em casos persistentes, é importante investigar outras causas ou exposição repetida a agentes irritantes no ambiente de trabalho ou em casa.

Quando procurar um oftalmologista?

Sempre que houver sintomas como vermelhidão, secreção, coceira intensa, visão embaçada ou dor ocular, o ideal é buscar avaliação com um oftalmologista. O tratamento precoce evita complicações e acelera a recuperação.

Na Olharis, oferecemos um atendimento humanizado e diagnóstico preciso, com tecnologia e acolhimento para cuidar da sua saúde ocular em todas as fases da vida.

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Dra. Fernanda Fernandes

Diretora médica e responsável técnica da Olharis. Oftalmologista especialista em córnea e doenças externas.

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